Nas últimas décadas do século XIX assistiu-se a um aumento do interesse da Europa pelos outros continentes. À necessidade de matérias-primas para abastecer as indústrias europeias, havia a acrescentar a urgência de encontrar novos mercados para escoar a produção dessas mesmas indústrias. Também na opinião pública havia a crença na superioridade e missão civilizadora dos europeus, e a revolução dos transportes marítimos tornara mais próximos destinos outrora distantes.
África apresentava-se como o objectivo óbvio dessa nova vaga de imperialismo europeu.
Até meados do século XIX, os territórios africanos ocupados pela Europa limitavam-se a pequenas faixas ao longo do litoral mediterrâneo, atlântico e índico. As atenções da Europa vão portanto voltar-se para o interior do continente, onde as grandes potências tinham interesses contraditórios e irreconciliáveis. Para evitar possíveis conflitos, as principais potências europeias decidiram, na Conferência de Berlim, em 1885, repartir África entre si segundo o «princípio da ocupação efectiva», isto é, os territórios africanos deveriam pertencer a quem tivesse os meios para os ocupar de facto.
Portugal, apesar do seu pouco peso político internacional, possuía vastos territórios ultramarinos, fruto do seu dinamismo expansionista dos séculos XV e XVI. De entre estes, os mais ricos e extensos eram Angola e Moçambique, dos quais, a semelhança do resto do continente, apenas o litoral era conhecido e efectivamente ocupado.A nova conjuntura internacional esteve assim na origem de inúmeras viagens de exploração, destacando-se entre elas a de Serpa Pinto e a de Hermenegildo Capelo e Roberto Ivens. O primeiro fez, entre 1877 e 1879, a ligação entre Benguela, em Angola, e Durban, na costa Leste da África do Sul. Os segundos, partiram de Moçâmedes, em Angola, em 1884, e atingiram Quelimane, em Moçambique, cerca de um ano depois.Reconhecido o território, foram então enviadas algumas expedições militares, entre 1885 e 1890, para a vasta região compreendida entre Angola e Moçambique, a fim de reclamar esses territórios à luz do que ficara definido na Conferência de Berlim (princípio da ocupação efectiva).Em 1886 era apresentado o célebre “mapa cor-de-rosa”, com o qual Portugal pretendia que lhe fossem reconhecidos os direitos às regiões entre Angola e Moçambique.
Sabia-se que esta pretensão portuguesa colidia com um velho projecto inglês de ligar o Cairo (Egipto) ao Cabo (África do Sul).A reacção do governo inglês chegou no dia 11 de Janeiro de 1890, sob a forma de um ultimato formal apresentado ao governo português pelo representante britânico em Lisboa e no qual se exige que todas e quaisquer forças militares portuguesas que se encontram nas regiões entre Angola e Moçambique se retirem sob a pena de corte de relações entre os dois países. Na prática significava que ou governo obedecia ou a Inglaterra declararia guerra a Portugal. O rei D. Carlos reuniu à pressa o Conselho de Estado e, salvo duas opiniões contrárias, todos concordam que era preciso ceder. A resposta para Inglaterra seguiu nesse mesmo dia: "Na presença de uma ruptura iminente de relações com a Grã-Bretanha e de todas as consequências que dela poderiam talvez derivar, o Governo de S.M. resolveu ceder às exigências formuladas (...) e vai expedir para o Governo Geral de Moçambique as ordens exigidas pela Grã-Bretanha".Foi também um período de grande fervor patriótico, com o qual se procurava reabilitar o duramente atingido orgulho nacional. Foi neste contexto que foram compostas a letra e a música d’A Portuguesa (letra de Henrique Lopes de Mendonça e música de Alfredo Keil), uma marcha patriótica que, anos mais tarde, a República adoptaria como hino nacional (os canhões do hino são, pois, os canhões ingleses).
Com base no texto, tente agora responder a estas perguntas:
1 - Explique qual o objectivo da Conferência de Berlim.
2 - Defina o princípio da ocupação efectiva.
3 - Explique o que pretendia Portugal ao apresentar o projecto do mapa cor-de-rosa.
4 - Justifique o ultimato inglês a Portugal.
Fonte:http://www.percursos.net/rec_csfc_un8_rec_ultimato.htm
2 comentários:
1 - Explique qual o objectivo da Conferência de Berlim.
A Conferência de Berlim tinha como objectivo determinar as fronteiras de cada território em África.
2 - Defina o princípio da ocupação efectiva.
Ocupação efectiva é, as terras africanas deveriam pertencer a quem tinha meios para os ocupar, o que terminava com o Direito Histórico.
3 - Explique o que pretendia Portugal ao apresentar o projecto do mapa cor-de-rosa.
Portugal, com o Mapa Cor-de Rosa pretendia Angola a Moçambique.
4 - Justifique o ultimato inglês a Portugal.
Inglaterra não aceitou o projecto de Portugal porque pretendia unir o Cabo da Boa Esperança ao Cairo por uma linha de ferro.
1-Explique qual o motivo da Conferência de Berlim.
O objectivo da Conferência de Berlim era definir as fronteiras das colónias, só a ocupação efectiva de um território justificava a sua posse a isto chama-se novo direito colonial. os interesses das potências mais poderosas protegiam-se desta forma, saíndo Portugal prejudicado, porque não possuía meios para uma ocupação efectiva das colónias.
2- Defina o princípio da ocupação efectiva.
O princípio da ocupação efectiva era proteger os interesses das mais poderosas e Portugal saíu prejudicado, porque não possuía meios para a ocupação efectiva.
3- Explique o que pretendia Portugal ao apresentar o mapa cor-de-rosa.
Portugal ao apresentar o mapa cor-de-rosa a pretensão de Portugal a ocupar toda a região que ligava a costa Ocidental de África( Angola) à costa Ocidental Oriental(Moçambique).
4- Justifique o ultimato Inglês a Portugal.
A Inglaterra pretendia ligar o cabo ao Cabo ao Cairo através da construção de uma via férrea mas no mapa cor-de-rosa a pretensão de Portugal era ocupar toda a região que ligava a Costa Ocidental de África(Angola) e Inglaterra não aceitou isso.
Enviar um comentário