O MAPA COR-DE-ROSA
O chamado Mapa Cor-de-Rosa era o documento que representava a pretensão de Portugal exercer a soberania sobre os territórios que ficavam entre Angola e Moçambique.
A disputa com a Grã-Bretanha sobre estes territórios deu origem ao ultimato britânico de 11 de Janeiro de 1890, a que Portugal cedeu, com os consequentes danos para imagem interna e externa do governo monárquico português.
ENQUADRAMENTO HISTÓRICO
Face ao crescente interesse das potências europeias por África verificado no final do século XIX, ficou evidente que Portugal deveria também definir nova política africana, já que a crescente presença inglesa, francesa e alemã naquele continente ameaçava a tradicional hegemonia portuguesa nas zonas costeiras de Angola e Moçambique.
Baseando-se no chamado direito histórico e alicerçado na primazia da ocupação europeia, Portugal reclamava vastas áreas do continente africano, embora, de facto, dominasse apenas feitorias costeiras de reduzida ou nula influência no interior.
A partir da década de 1870, contudo, ficou claro ser o direito histórico insuficiente e que a efectiva presença portuguesa no interior seria, essa sim representando uma verdadeira ocupação, justificação para uma reclamação do direito sobre estes territórios. Para tal, começaram a ser estabelecidos planos destinados a promover a exploração do interior africano. Em 1877 foi lançado, por João Andrade Corvo, um conjunto de iniciativas de exploração destinado a conhecer a zona que separava as colónias de Angola e Moçambique, que levaram as bem conhecidas expedições de Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto, integradas numa nova estratégia portuguesa para o continente africano, que privilegiava a ocupação efectiva através da exploração e colonização em detrimento dos simples direitos históricos.
A GÉNESE DO MAPA COR-DE-ROSA
Predominando ainda em Portugal a visão colonial que assentava nos direitos históricos, o governo português, de forma talvez pouco realista, começou por reclamar vastas áreas do continente africano, entrando em choque com os interesses das grandes potências europeias, o que levou a um agudizar de tensões, enquanto eram desenvolvidos esforços para a ocupação efectiva do território.
É neste contexto, que a Sociedade de Geografia de Lisboa, defendendo a necessidade de colocar uma barreira às intenções expansionistas britânicas, que pretendia estabelecer o domínio sobre um território ininterrupto que ligasse o Cairo, no Egipto, à cidade do Cabo no extremo meridional da África do Sul, preparou-se para assumir o controlo no interior de África uma zona de influência portuguesa, definida num mapa como uma ampla faixa da costa à contra-costa, ligando Angola a Moçambique. Nascia assim aquilo que viria a ser chamado de Mapa Cor-de-rosa.
Em 1884 a aceitação unilateral por parte da Grã-Bretanha das reivindicações portuguesas ao controlo do rio Congo, levou ao agudizar das tensões com as potências europeias rivais, o que conduziu à convocação de uma cimeira internacional, a Conferência de Berlim (1884-1885), destinada a resolver os múltiplos conflitos existentes e a fixar as zonas de influência de cada potência em África. O resultado foi a partilha do continente africano entre as potências europeias e o estabelecimento de novas regras para a corrida à África.
Portugal foi o grande derrotado da Conferência de Berlim pois, para além de assistir à recusa do direito histórico como critério de ocupação de território, a 11 de Janeiro de 1890 a Grã-Bretanha, o nosso mais velho aliado, exige a retirada portuguesa de todas as zonas em disputa (os territórios entre Angola e Moçambique), sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas. Portugal protestou mas, isolado e sem quaisquer apoios internacionais, restou-lhe apenas ceder e recuar. Era o fim do «mapa cor-de-rosa».
Retirado de http://africanomundo.blogs.sapo.pt/3041.html
(os vossos comentários só aparecem publicados depois do professor efetuar a respetiva moderação).
7 comentários:
Nos finais do séc.XIX inícios do séc.XX, Portugal possuía um extenso império colonial, essencialmente em África (Angola e Moçambique).
Fizeram-se então viagens pelo continente explorando-o, ficando assim aquele território a pertencer a Portugal, território qual que unia Angola e Moçambique (a esse território deu-se o nome de mapa cor-de-rosa).
Como nessas terras foram descobertas muitas riquezas naturais (matérias-primas), o continente africano passou a ser muito cobiçado pelas grandes potências europeias.
A Grã-Bretanha que pretendia atravessar África de Norte a Sul com uma linha de caminhos-de-ferro (para trocar produtos entre as suas colonias), passando pela zona do mapa cor-de-rosa, lançou um ultimato a Portugal que exigia que Portugal tirasse da região do Chire (mapa cor-de-rosa) as suas forças militares ou caso contrário estava declarada guerra entre Portugal e a Grã-Bretanha.
Portugal acabou por ceder aos interesses britânicos.
Sofia nº14
A questão do mapa cor-de-rosa começou quando Portugal prestou mais atenção às suas colónias em África, pois as potências europeias (Inglaterra, Alemanha, França…) começaram a pressionar Portugal para ele explorar as suas colónias, se não as mesmas lhe seriam retiradas, como foi acordado na conferência de Berlim.
Portugal decidiu explorar a área entre a costa (Angola) e a contracosta (Moçambique) e unir esses dois lados fazendo uma faixa que inicialmente foi pintada de cor-de-rosa, daí o nome de mapa cor-de-rosa. Para essas expedições foram escolhidos três indivíduos: Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto e Portugal, depois do conhecimento da área, decidiu ocupar efetivamente aquele território.
Mas o mapa cor-de-rosa não servia só para ocupar e explorar aquela área, ele também servia para travar as ideias expansionistas inglesas de ligar a cidade do Cabo ao Cairo numa linha ininterrupta de caminho-de-ferro.
Porém, a Inglaterra não aceitou que Portugal bloqueasse o caminho deles portanto enviou um ultimato que dizia que se Portugal não desistisse do projeto do mapa cor-de-rosa, eles retirariam o seu diplomata de Lisboa, o que era quase como declarar guerra. Portugal teria de decidir entre manter o que sempre tivera e largar o que queria ter, ou perder o que sempre tivera e não obter o que queria por isso, evidentemente, escolheu abandonar esse projeto.
O Mapa cor-de-rosa era um documento que representava os territórios entre Angola e Moçambique onde Portugal tinha em prática a soberania.
A Inglaterra que tinha um projeto de construção de uma linha férrea entre o Cairo e o Cabo em 11 de Janeiro de 1890 querendo esta linha construída enviaram um ultimato a portugal dizendo para retirarem o pedido da posse desses territórios ou a Grã-Bretanha iria cortar relações diplomáticas com Portugal, Portugal sendo um pais pequeno e pobre cedeu aos interesses britânicos.MARIANA SEMEDO
Em finais do século XIX, inícios do século XX,Portugal possuía um extenso império colonial em África que eram Angola e Moçambique.
O continente africano começou a ser muito procurado pelas grandes potencias europeias.
A Grã Bretanha que pretendia atravessar África de Norte a Sul com uma linha de caminhos de ferro, passando pela zona do mapa cor de rosa,lançou um ultimato a Portugal para tirar as suas forças militares da região de Chire ou caso contrario estava declarado guerra entre Portugal e Grã Bretanha.
O que contribui para agravar a crise política que Portugal estava a viver . Beatriz Rodrigues
O chamado Mapa Cor-de-Rosa era o documento que representava a pretensão de Portugal exercer a soberania sobre os territórios que ficavam entre Angola e Moçambique. A Inglaterra que tinha um projeto de construção de uma linha férrea entre o Cairo e o Cabo com a disputa com a Grã-Bretanha sobre estes territórios deu origem ao ultimato britânico,( caso Portugal não aceitasse iria cortar relações diplomáticas ) que Portugal cedeu, com os consequentes danos para imagem interna e externa do governo monárquico português.
Joao Costa
O Mapa Cor-de-Rosa representa os territórios desde a Costa Ocidental de África (Angola) até à Costa Oriental (Moçambique).
Entretanto, com as confusões entre os países que queriam aquele território de África, o chanceler alemão Bismark decidiu organizar uma reunião com os países interessados. Realizou-se então a Conferência de Berlim, durante os anos 1884-1885. Nessa conferência estabeleceu-se a definição das fronteiras das colónias, mas também um novo direito colonial que dizia: “só a ocupação efetiva de um território justificava a sua posse”. Devido a este novo direito Portugal saiu prejudicado.
Contudo, a Grã-Bretanha que queria fazer uma ligação férrea entre o Cabo (África do Sul) até ao Cairo (Egipto), enviou um ultimato a Portugal. No documento, exigia-se que Portugal retirasse desses territórios as tropas portuguesas, caso contrário a Grã-Bretanha cortava relações com Portugal, podendo até haver uma guerra. Portugal não cedeu bem a isso, pois ajudou a piorar ainda mais a crise política.
Face ao crescente interesse das potências europeias por África, verificado no final do século XIX, Portugal também procurou alargar a sua influência neste continente para isso organizou viagens de exploração que reconheceram os territórios situados entre Angola e Moçambique. O Mapa Cor-de-Rosa foi o documento preparado pela Sociedade de Geografia e que representava a pretensão de Portugal em exercer a soberania sobre os territórios que ficavam entre Angola e Moçambique e a estratégia definida para colocar uma barreira às intenções expansionistas britânicas. Este projecto baseado no direito histórico que assentava na descoberta entrou em choque com os interesses das restantes potências europeias, sobretudo a Inglaterra, que não reconheciam a Portugal capacidade para ocupar e explorar esses territórios, o direito de ocupação efectiva que tinha ficado decidido adotar na conferência de Berlim em 1884-85.
A Inglaterra que tinha um projeto de construção de uma linha férrea entre o Cairo (Norte de África) e o Cabo (sul de África) vai reagir às intenções portuguesasa manifestadas com o mapa cor-de-rosa exigindo, em 11 de Janeiro de 1890, [Ultimato inglês] a retirada portuguesa de todas as zonas em disputa (os territórios entre Angola e Moçambique), sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas. Portugal protestou, mas isolado e sem quaisquer apoios internacionais, sem recursos para se defender restou-lhe apenas ceder e recuar. Era o fim do «mapa cor-de-rosa».
Este ultimato causou grande descontentamento no país e contribuiu para o desprestígio da monarquia acusada de não defender Portugal e de ser incapaz de reagir à ofensa britânica. A monarquia caminhava cada vez mais para o seu fim.
PROPOSTA DE RESPOSTA DO PROFESSOR.
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